CARTA ABERTA AOS SOBREVIVENTES
O novo momento chegou. A sociedade corroída em suas bases, desabou de vez. Eles esperneiam tentando escapar do flagelo ao qual condenaram-se. Não adianta mais chorar. Lutam para não abandonar a delirante corrida que lhes mantém a ilusão de estarem certos.
Uma constante reflexão vos levará ao encontro com a realidade. O inevitável destino de ver a realidade nos conduzirá por entre os absurdos que esta imunda sociedade criou.
“RECRIAR TUDO”.
No interior humano reside a verdade aos que de consciência desperta trilham o novo caminho do encontro existencial, do ar que respiramos, do alimento que ingerimos, do amor universal, da coragem de mudar.
Perdemos o medo da morte e não almejamos nada, porque somos tudo de antemão, pela própria condição de humanos. Irradiamos uma luz de alta energia e não mais queremos saber das tolices do sistema que condenou milhares de nós ao sofrimento de uma vida miserável em todos os sentidos.
Deixem que esperneiem aqueles que ainda acreditam nas estruturas desta assassina sociedade e lutam por manter a demência das aparências.
Desesperados, por verem por terra seus castelos de areia, negam a realidade, numa demonstração patológica de suas mentes estreitas.
Em vós, sobreviventes, reside o fruto sagrado do sensível coração humano que sente a verdade pulsar nas veias que carregam o sangue purificado de ser verdadeiro, desperto para a aceitação da constante emergência do movimento veloz da encantadora suprema, chamada VIDA, cujo aroma transpira dos poros de todos os seres que sentem-se, de coração, verdadeiramente, ela própria, como assim o é em realidade.
“Assim pensamos na comunhão do todo universo.”
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Pensamento esse que nos enche de LUZ para que não nos percamos no caminho que, construídos, construímos na trajetória que marca a nova racionalidade, veloz, infinita, do “SER”.
Gostaria que essa carta não só fosse lida, como também deglutida, digerida, assimilada, introjetada em doses necessárias ao sentido transcendental do abrangente mergulho.
Não é fácil escapar da “morte organizada”, que nos joga nos terminais que acumulam papéis, jogos sociais, estagnação, bitolação, cegueira e por fim a exaltação do ego para que a morte, a supressão da consciência, não seja sentida.
“Somos um bando, um bando e muitos outros”.
Somos um riso, uma ironia, o indecifrável e participamos do inefável estado de consciência cósmica.
Qual parte de nós que não pertence ao todo?
Qual de nós não pertence a totalidade?
Somos antes de tudo a totalidade.
Mas eles insistem em dizer que somos soldados numa guerra eterna, insistem em nos manter amordaçados, presos, iludidos.
Sobreviventes! Comemoremos nossa liberdade, nossa vitória, nosso encontro, nosso amor.
Que a humanidade possa um dia chegar lá...
É NOSSO DESEJO.
É NOSSO DESEJO.
*****Este texto é para ser lido por todos os povos, em todas as línguas, porque ele não contém discriminação alguma.
Obs.: - Esta carta acima foi escrita e publicada no século XX, em abril de 1995 no livro de Título “A CONSCIÊNCIA NÃO-DUAL”, de autoria de Paulo Américo, Ed. Própria. Dezenove anos se passaram e Ela está aqui transcrita na íntegra, com algumas atualizações mínimas, do português e de termos, que não implicam de forma alguma o teor do texto que se conserva integralmente*****.